Biografias.
Conhecendo grandes escritores pelas Biografias
Abílio Manuel Guerra Junqueiro (1850-1923) Escritor Portugues, Nasceu em 17 de
Setembro de 1850, Abílio Manuel Guerra Junqueiro fez o ensino preparatório no Porto e, em 1866, frequentou o curso de Teologia
na Universidade de Coimbra. No entanto, dois anos mais tarde, desiste de Teologia e matricula-se na Faculdade de Direito,
da mesma Universidade, onde se formou no ano de 1873. Pouco tempo depois, foi nomeado Secretário-Geral do governo civil em
Angra do Heroísmo e, posteriormente, transferido para Viana do Castelo. Em 1878 foi eleito, pela primeira vez, deputado às
Cortes por Macedo de Cavaleiros, iniciando a sua vida política. No ano seguinte, aderiu ao Partido Progressista e foi novamente
eleito deputado. Pertenceu ao grupo “Vencidos da Vida”, juntamente com Eça de Queirós, Oliveira Martins, entre
outros. Após um desentendimento com Oliveira Martins abraça a causa republicana. Em 1890 foi eleito deputado pelo círculo
de Quelimane (Moçambique). Ao ser substituído na legislatura seguinte, Guerra Junqueiro abandonou a vida política activa no
campo monárquico, dedicando-se à escrita e à administração da sua casa agrícola. Em 1903 instala-se em Vila do Conde. Dois
anos depois, muda-se para a cidade do Porto, vindo a ser candidato a deputado pelo Partido Republicano em 1908. Após a implantação
da República, pela qual se bateu activamente, Guerra Junqueiro apresentou uma proposta de alteração da bandeira nacional:
uma bandeira azul e branca (semelhante à bandeira monárquica) em que a coroa era substituída por uma “esfera armilar”
e um arco constituído por cinco estrela, três vermelhas e duas verdes – proposta que não mereceu o acolhimento da Comissão
nomeada para a adopção da nova bandeira nacional. Em 1911 foi nomeado Enviado Extraordinário e ministro plenipotenciário da
República Portuguesa junto da Confederação Suíça, funções que desempenhou até 1914. Guerra Junqueiro conheceu, ainda em vida,
a admiração do público e da crítica, tendo sido, talvez, o poeta mais popular da sua época. Detentor de um “tom panfletário”
na escrita, bem como de uma riqueza verbal que contribuiu para a renovação do verso português, foi considerado por muitos
como “o primeiro poeta latino depois de Victor Hugo”. No entanto, houve quem criticasse a sua obra, como foi o
caso de António Sérgio. O poeta colaborou, ainda, em diversos jornais portugueses e estrangeiros, como “A Folha”,
dirigido por João Penha, a “Lanterna Mágica”, que contava, também, com desenhos de Rafael Bordalo Pinheiro, o
Diário de Notícias, o Comércio do Porto, o “Journal de Géneve”, etc. Da sua vastíssima obra podemos destacar os
seguintes títulos: “Vozes sem Eco” (1867), “Baptismo de Amor”, com prefácio de Camilo Castelo Branco
(1868), “Victória da França” (1870), “Espanha Livre” (1873), “A Morte de D. João” (1874),
“A Velhice do Padre Eterno” (1885), “Finis Patriae”, (1890), “A Pátria” (1896), “Oração
ao Pão” (1902), “Oração à Luz” (1903) e “Prosa dispersas” (1920). Guerra Junqueiro morreu a
7 de Julho de 1923, em Lisboa.
João Aguiar Escritor Portugues, João Aguiar nasceu em Lisboa em 1943. Licenciou-se
em Jornalismo pela Universidade Livre de Bruxelas, tendo trabalhado como jornalista na imprensa, na rádio e na televisão.
Iniciou a sua carreira literária com quarenta anos e o seu primeiro romance foi A Voz dos Deuses (1984), um dos livros mais
vendidos em Portugal nos últimos anos. Tem escrito guiões para programas de televisão e argumentos para cinema (Rua Sésamo,
Inês de Portugal, etc.). Obras: A Voz dos Deuses (romance, 1984), O Homem sem Nome (romance, 1986), O Trono do Altíssimo (romance,
1988), O Canto dos Fantasmas (contos, 1ª ed. em 1990 pelas Publicações Dom Quixote; 2ª ed., 1999, pelas Edições Asa), Os Comedores
de Pérolas (romance, 1992), A Hora de Sertório (romance, 1994), A Encomendação das Almas (romance, 1995), O Navegador Solitário
(romance, 1996), Inês de Portugal (romance, 1997), O Dragão de Fumo (romance, 1998), A Catedral Verde (romance, 2000), Diálogo
das Compensadas (romance, 2001), Uma Deusa na Bruma (romance, 2003), O Sétimo Herói (romance, 2004), O Jardim das Delícias
(romance, 2005), Lapedo – Uma Criança no Vale (ensaio, 2006), O Priorado do Cifrão (romance, 2008). João Aguiar é também
autor de três colecções juvenis: O Bando dos Quatro (Edições Asa), Pedro & Companhia e Sebastião e os Mundos Secretos
(Presença).
Escritor Carlos Porfírio O Escritor e Romancista Carlos Porfírio nasceu
em 1956, em Lisboa (Portugal). Viveu repartido, entre Moçambique, Angola e Portugal, antes de se radicar definitivamente
na cidade que o viu nascer. A Licenciatura em Economia jamais lhe fez esmorecer a paixão pelas letras. Divide o seu tempo
entre o Marketing e a literatura. A sua primeira obra literária, o livro Marcas de Amor, é o espelho da personalidade
rebelde e inconformista do autor.
Carlos Porfírio, Escritor e Romancista O Escritor e Romancista Carlos
Porfírio nasceu em 1956, em Lisboa (Portugal). Viveu repartido, entre Moçambique, Angola e Portugal, antes de se radicar definitivamente
na cidade que o viu nascer. A Licenciatura em Economia jamais lhe fez esmorecer a paixão pelas letras. Divide o seu tempo
entre o Marketing e a literatura. A sua primeira obra literária, o livro Marcas de Amor, é o espelho da personalidade
rebelde e inconformista do autor.
Arménio Vieira Arménio Vieira tomando uma bica no café Cachito. Praia.Arménio
Adroaldo Vieira e Silva é um jornalista e escritor da língua portuguesa , nasceu na cidade da Praia, em Santiago de Cabo Verde,
em 24 de janeiro de 1941. Elemento activo da geração de 1960, colaborou em SELÓ - folha dos novíssimos, Boletim de Cabo
Verde, revista Vértice (Coimbra), Raízes, Ponto & Vírgula, Fragmentos, Sopinha de Alfabeto, entre outras publicações.
Foi redactor do extinto jornal Voz di Povo.
Manuel de Novas Manuel de Novas, Manuel d' Novas ou Manel d' Novas (Santo Antão,
24 de Fevereiro de 1938) é um dos poetas e compositores cabo-verdianos mais conhecidos internacionalmente. Baptizado como
Manuel Jesus Lopes, Manuel de Novas escreveu Stranger ê um ilusão, Lamento d'um emigrante e outras letras. Considerado, por
isso, um dos mais importantes trovadores de Cabo Verde, compositor preferido de Cesária Évora e Bana, entre outros. Escreve
em crioulo cabo-verdiano. Apesar de ter nascido na ilha vizinha, Manuel de Novas é considerado um filho do Mindelo, ilha
de São Vicente, onde vive.
Poemas mais famosos Apocalipse Cmé catchorr (morna-coladeira) Cumpade Ciznone D. Ana
Ess Pais Morte d'um Tchuc (morna-coladeira) Nôs raça Psú nhondenga (morna-coladeira) Stranger ê um Ilusão
(morna) Tudo tem se limite Lamento d'um emigrante
Ovídio Martins Ovídio Martins é um escritor e jornalista Caboverdiano. Nasceu
em São Vicente (17.9.1928), Cabo Verde. Poeta caboverdiano, jornalista, co-fundador do Suplemento Cultural (1958, São Vicente).
O seu envolvimento em atividades de promoção da independência valeram-lhe a pena a prisão e o exílio nos Países Baixos.
Mesquitela Lima Prof. Mesquitela Lima, à esquerda, em AngolaAugusto Mesquitela
Lima (Mindelo, 10 de Janeiro de 1929 — Lisboa, 14 de Janeiro de 2007) foi um antropólogo e escritor cabo-verdiano. Teve
mais de 30 trabalhos científicos e 25 livros publicados, entre os quais Uma Leitura Antropológica da Poética de Sérgio Frusoni.
É o decano dos antropólogos cabo-verdianos, internacionalmente reconhecido como especialista em arte da África Central. Mesquitela
Lima era neto de Bernardo Mesquitela, governador de Cabo Verde em 1913. Estudou no Liceu do Mindelo e iniciou a carreira de
funcionário colonial, em 1949, como escriturário da Alfândega de Cabo Verde. Em 1952 foi para Angola como chefe de posto da
Inspecção dos Serviços Administrativos e Negócios Indígenas. Prosseguiu os seus estudos em Lisboa em 1959 no Instituto Superior
de Ciências Sociais e Política Ultramarina. Formado em Estudos Políticos e Sociais do Ultramar, foi para o Instituto de Investigação
Científica de Angola, onde dirigiu em Luanda o Museu de Angola. Fundou o Museu do Dundo, na província da Lunda Norte, leste
de Angola, onde estudou vários grupos étnicos, com especial destaque para os kyaka. Regressou a Portugal após a Revolução
de 25 de Abril de 1974. A partir de 1975 passou a leccionar na Universidade Nova de Lisboa, onde foi professor catedrático
e jubilado como professor de Antropologia Cultural da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Em 1977 doutorou-se na Universidade
de Paris X – Nanterre. Também em Paris trabalhou com grandes nomes da antropologia mundial como Claude Lévi-Strauss
ou Roger Bastide. Em 1978 criou o Departamento de Antropologia na Universidade Nova de Lisboa, assim como o Instituto de Estudos
Africanos.
Adriano Botelho de Vasconcelos Nasceu na província de Malange, Angola, em 8 de
setembro de 1955. Poeta, escritor e político angolano. Publicou os seguintes livros de poesia: Vozes da Terra(1974), Vidas
de Só Revoltar(1975), Células de Ilusão Armada (l983), Anamnese(1984), Emoções (1988), Abismos de Silêncio (1992), Tábua (2003),
Olímias (2005), Luanary (2007). Organizou as seguintes coletâneas: Boneca de Pano (2005), coletânea do conto infantil angolano,
Caçadores de Sonho (2005), coletânea do conto angolano, Todos os Sonhos (2005), Antologia da Poesia Moderna Angolana. Editou
os jornais: Unidade e Luta (1974), Angolê,Artes e Letras(1984), Maioria Falante(RJ). Recebeu o Grande Prêmio Sonangol de Literatura
- Ex-aequo (2003) pela obra Tábua. Foi eleito deputado pelo partido FNLA na eleição de outubro de 2008. É secretário geral
da União dos Escritores Angolanos. Suas obras Olímias e Luanary foram adaptadas para o teatro. À data da sua morte o Professor
Mesquitela Lima era director do Instituto Superior de Gestão. Faleceu devido a uma pneumonia.
João Melo João MeloJoão Melo é um escritor e jornalista angolano, natural de Luanda.
Estudou Direito em Portugal e em Angola. Licenciou-se em Comunicação Social e fez o mestrado em Comunicação e Cultura no Rio
de Janeiro. Como jornalista profissional, trabalhou na Rádio Nacional de Angola, no Jornal de Angola e na Agência Angola Press.
Membro fundador da União dos Escritores Angolanos (UEA), atuou neste órgão como secretário-geral e presidente da Comissão
Diretiva. Atualmente, dirige uma agência de comunicação privada.
Ana Paula Ribeiro Tavares Ana Paula Ribeiro Tavares (Huíla, 30 de Outubro de 1952)
é uma historiadora e poetisa angolana. Na qualidade de historiadora chefiou em Luanda entre 1983 e 1985, o Gabinete de
Investigação do Centro Nacional de Documentação e Investigação Histórica e fez parte do júri do Prémio Nacional de Literatura
de Angola nos anos de 1988 e 1989. No ano de 1996 terminou em Lisboa o mestrado em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Tem
participação com poesia e prosa em várias antologias em Portugal, Brasil, França, Alemanha Espanha e Suécia.
Chung Wah Chow
Escritora do guia Lonely Planet, defende turismo diversificado “Há muito mais em Macau do que apenas casinos.”
Mostrar que, além das mesas de apostas, existe um mundo novo por descobrir foi a missão a que se propôs Chung Wah Chow quando
aceitou reescrever a parte dedicada à RAEM do guia turístico Lonely Planet, edição de Hong Kong e Macau. De visita ao território
na pele de “insider”, a autora fez uma descoberta “fascinante”. Além da Macau chinesa que já morava
no coração da escritora, existe uma outra. É uma cidade híbrida, onde há uma comunidade que vive e se move entre chineses
e portugueses – os macaenses.
Joseph Murphy
Com obras traduzidas para o portugues Uma conhecida e o poder
da mente FiUm dos escritores mais lidos em lingua portuguesa tambem Auto ajuda e psicalisse
(Irlanda, 20 de maio de 1898 — Laguna Hills, Estados Unidos, 19 de dezembro de 1981)
é um dos mais famosos escritores do movimento do Novo Pensamento. É o autor de mais de 30 livros de auto-ajuda, muitos deles
best sellers no mundo inteiro, que tratam sobre o poder da mente subconsciente... > ler mais
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“Tudo valera apena se alma nao for pequena, como dizia o Fernando pessoa!
E preciso buscar lindos horizontes.” -Universo literario
Pensadores sao estrangeiros mais, com obras no idioma Portugues
Nicolau Maquiavel
Nicolau Maquiavel - Niccolò di Bernardo Machiavelli Nascimento 3 de Maio de 1469 Florença,
Itália Falecimento 21 de Junho de 1527 Nacionalidade Italiana (Magnum opus O Príncipe) Escola/tradição
Republicanismo Clássico, Renascimento Principais interesses Política, História, Literatura, Música Influências Dante
Alighieri, Tito Lívio, Aristóteles, Cícero e Tácito, Políbio Influenciados Thomas Hobbes, James Harrington, Rousseau,
David Hume, Spinoza, Montesquieu, Hegel, Benedetto Croce, Antonio Gramsci e Antonio Negri Nicolau Maquiavel, em italiano
Niccolò Machiavelli, (Florença, 3 de Maio de 1469 — Florença, 21 de Junho de 1527) foi um historiador, poeta, diplomata
e músico italiano do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pela simples manobra
de escrever sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser. Os recentes estudos do autor e da sua obra
admitem que seu pensamento foi mal interpretado historicamente. Desde as primeiras críticas, feitas postumamente por um cardeal
inglês, as opiniões, muitas vezes contraditórias, acumularam-se, de forma que o adjectivo maquiavélico, criado a partir do
seu nome, significa esperteza, astúcia. Niccolò di Bernardo dei Machiavelli viveu a juventude sob o esplendor político
de Florença durante o governo de Lourenço de Médici e entrou para a política aos 29 anos de idade no cargo de Secretário da
Segunda Chancelaria. Nesse cargo, Maquiavel observou o comportamento de grandes nomes da época e a partir dessa experiência
retirou alguns postulados para sua obra. Depois de servir em Florença durante catorze anos foi afastado e escreveu suas principais
obras. Conseguiu também algumas missões de pequena importância, mas jamais voltou ao seu antigo posto como desejava. Como
renascentista, Maquiavel se utiliza de autores e conceitos da Antiguidade Clássica de maneira nova. Um dos principais autores
foi Tito Lívio, além de outros lidos através de traduções latinas, e entre os conceitos apropriados por ele, encontram-se
o de virtù e o de fortuna.
Histórico A divisão da Península no período do Renascimento.Durante o Renascimento, as cinco
principais potências na península Itálica eram: o Ducado de Milão, a República de Veneza, a República de Florença, o Reino
de Nápoles e os Estados Pontifícios. A maior parte dos Estados da península era ilegítima, tomados por mercenários chamados
"condotiere". Eram incapazes de se aliar durante muito tempo estando entregues à intriga diplomática e às disputas, e,
por suas riquezas, eram atrativos para as demais potências européias do período, principalmente Espanha e França. A política
italiana era, portanto, muito complexa e os interesses políticos estavam sempre divididos. Batalhando entre si, ficavam a
mercê das ambições estrangeiras, mas a influência de alguém como Lourenço de Médici havia impedido uma invasão. Com a morte
deste em 1492, e a inaptidão política de seu filho, a Itália foi invadida por Carlos VIII, causando a expulsão dos Médici
de Florença. Esta era em si palco do conflito entre duas tendências: a da exaltação pagã do indivíduo, da vida e da glória
histórica, representada por Lourenço de Médici e seu irmão Juliano de Médici; e a da contemplação cristã do mundo, voltada
para o além, que se formava como resposta ao ressurgimento da primeira nos mais variados aspectos da vida como a arte e até
na Igreja, representada por religiosos como Girolamo Savonarola. Anunciando a chegada de Carlos VIII como a de um salvador,
contrário aos Médici e com grande apoio popular, o pregador Girolamo Savonarola tornou-se a figura mais importante da cidade
dando ao governo um viés teocrático-democrático. Com sua crescente autoridade e influência Savonarola passou a criticar os
padres de Roma como corruptos e o Papa Alexandre VI por seu nepotismo e imoralidade. O Papa excomungou o frei, mas a excomunhão
foi declarada inválida por ele. No entanto, Savonarola acabou preso e executado pelo governo provisório em 23 de maio de 1498.
Com a demissão de seus simpatizantes era nomeado para o cargo de secretário da Segunda Chancelaria de Florença, cinco dias
depois da morte do frei, Maquiavel, com 29 anos.
Juventude Pouco se conhece da biografia de Maquiavel antes de entrar para a vida pública.
Ele era o terceiro de quatro filhos de Bernardo e Bartolomea de' Nelli. Sua família era Toscana, antiga e empobrecida. Iniciou
seus estudos de latim com sete anos e, posteriormente, estudou também o ábaco, bem como os fundamentos da língua grega antiga.
Comparada com a de outros humanistas sua educação foi fraca, principalmente por causa dos poucos recursos da família. Não
se sabe ao certo o que teria levado à escolha de Maquiavel para a Chancelaria em 19 de Junho de 1498. Alguns autores afirmam
que ele teria trabalhado aí como auxiliar em 1494 ou 1495, hipótese contestada atualmente. Outros preferem atribuir a sua
entrada à escolha de um antigo professor seu, Marcelo Virgilio Adriani, o qual ele teria conhecido em aulas na Universidade
Pública de Florença e naquele momento era Secretário da Primeira Chancelaria.
Segunda Chancelaria Estátua de Maquiavel na Galleria degli Uffizi.A principal instituição
de Florença nesse período era a Senhoria com diversos órgãos auxiliares como as duas Chancelarias. A Primeira Chancelaria
era responsável pela política externa e pela correspondência com o exterior. A Segunda ocupava-se com as guerras e a política
interna. No entanto, essas funções muitas vezes se sobrepunham e a autoridade da Primeira Chancelaria prevalecia sobre a da
Segunda. Entre as funções exercidas por Maquiavel estavam tarefas burocráticas e de assessoria política, de diplomacia e de
comando no Conselho dos Dez, um outro órgão auxiliar da Senhoria.
Primeiras missões diplomáticas A primeira de suas missões foi a de convencer um condotiere
a continuar recebendo o mesmo soldo. Nesse momento, o governo de Florença desejava reaver o controle de Pisa que havia aproveitado
a passagem de Carlos VIII para rebelar-se, de forma que, ao realizar essa primeira missão de forma satisfatória, foi enviado
em julho de 1499 para negociar com Catarina Sforza, duquesa de Ímola e Forlì a renovação da "condotta" de seu filho Otaviano
e para tentar conseguir o auxílio dela com soldados e artilharia para a tomada de Pisa. O governo de Florença contratara
o filho da duquesa por 15 mil ducados sabendo-o mau estrategista militar e Maquiavel tinha como instruções, diminuir o soldo
e conseguir tropas e munição para o retomada de Pisa. Ele conseguiu de forma satisfatória reduzir o soldo a 12 mil ducados
e não comprometeu a cidade na defesa de Ímola e Forlì como queria Catarina. A partir dessa primeira missão, escreveu o Discorso
fatto al Magistrato dei Dieci sopra le cose di Pisa, de 1499, seu primeiro escrito político.
Missão à corte francesa Pouco depois Luís XII, sucessor de Carlos VIII, conquistou o
Ducado de Milão a Ludovico Sforza e, em troca de seu apoio, Florença solicitou o auxílio deste na guerra contra Pisa. Luís
XII enviou um exército mercenário que se mostrou indisciplinado e desinteressado pela luta, tendo até mesmo prendido um comissário
de Florença. Logo foi necessário enviar representantes à corte francesa em Nevers para relatar a situação e encontrar uma
solução sem, entretanto, irritar o rei. Para isso, foram enviados Francisco della Casa e Maquiavel. Pouco antes de ir, seu
pai morreu e ficou só com o irmão Totto, que em breve se dedicaria a vida eclesiástica, pois as duas irmãs já haviam se casado. Aos
dois, o rei respondeu que parte da culpa pelo fracasso era de Florença e inclusive insistiu para que o ataque a Pisa continuasse
às custas da cidade para reparar a honra do rei. Sem poderes para negociar, Maquiavel limitou-se a aconselhar a Senhoria durante
o período em que acompanhou a corte através da França e a solicitar o envio de embaixadores que pudessem tratar destes assuntos
com mais autoridade. Aí pôde conhecer um pouco mais sobre uma nação que havia se unificado em torno de um rei, diferentemente
da Itália. Depois de mais duas viagens à França anos depois, reuniria suas observações sobre a política francesa em dois textos:
"Ritrati delle cose di Francia" (1510) e "De natura gallorum". De volta à cidade, casou-se com Marietta Corsini, com quem
teria quatro filhos e duas filhas (Bernardo, Ludovico, Piero, Guido, Bartolomea e outra menina morta na primeira infância),
mas teve logo que viajar de novo, pois os partidos políticos de Pistoia, outra cidade submetida a Florença, haviam se unido
e ameaçavam rebelar-se. Maquiavel foi de opinião que se deveria dar fim e proibir tais partidos.
César Bórgia César Bórgia ou Duque Valentino.Por volta de 1501 César Bórgia, como condotiere
da Igreja e filho de Alexandre VI, vinha conquistando territórios na Toscana, como Faenza. Acercou-se de Florença com seus
exércitos e exigiu que a cidade se aliasse a ele, pagasse-lhe um tributo e mudasse seu governo para um mais favorável a si.
Quando os florentinos, sem opção, estavam prestes a ceder, Luís XII pressionou César Bórgia que foi obrigado a levantar acampamento.
Dirigiu-se para Piombino, conquistando-a facilmente e também Pesaro e Rimini, após o quê voltou para Roma. César Bórgia
percebeu que com a aliança francesa Florença seria um empecilho a seu plano de expansão e por isso solicitou o envio de representantes
com os quais tratar de seus interesses. Para essa missão foi enviado Francisco Soderini, tendo Maquiavel como secretário e
auxílio. Durante a ida, surpreende-os a notícia da conquista do ducado de Urbino pelo Duque Valentino: ele pediu um reforço
de artilharia para a cidade e quando este lhe foi enviado, voltou-se contra o ducado. Chegadas tropas francesas, os enviados
puderam retornar. É após a retirada das tropas de Bórgia da Toscana que Maquiavel escreve o Del modo di trattare i popoli
della Valdichiana ribellati (1502) sua primeira obra sem relação com as atividades da Chancelaria, e é neste período que se
dá uma reforma na Constituição florentina tornando o cargo de gonfaloneiro vitalício. Ele era ocupado por Piero Soderini,
de quem Maquiavel tornou-se próximo. Nesse meio tempo, César Bórgia conquistou a seus próprios condotiere Castello e a
Bolonha. Temendo o Duque, estes se reuniram em Mangione para conspirar contra ele. César Bórgia solicitou a Florença um embaixador
para negociar uma aliança e enviaram-lhe Maquiavel, sem poderes de embaixador, em 5 de outubro de 1502, apenas com a incumbência
de entregar os conjurados, afirmando que eles haviam convidado Florença para participar da conspiração, mas que esta havia
se negado. A 9 de dezembro, César Bórgia marcha para Cesena com a intenção de dar fim ao conluio. Lá, mandou prender seu
lugar-tenente, Ramiro de Lorque, que apareceu morto no dia seguinte. Dirigiu-se para Pesaro e depois, para Fano, ordenando
que Orsini e Vitellozzo Vitelli, dois de seus subordinados, conquistassem Sinagaglia aonde, juntamente com Oliverotto de Fermo
deveriam aguardá-lo. Foi aí que, ao chegar com suas tropas, mandou prender e, mais tarde, executar os três. Desse acontecimento
deu Maquiavel sua análise no escrito: "Descrizione Del modo tenuto dal duca Valentino nell' ammazzare Vitellozzo Vitelli,
Oliverotto da Fermo, il Signor Paolo e il Duca di Gravina Orsini" (1502). Pedindo ajuda florentina, mas sem esperá-la,
partiu para conquistar Città di Castello, Perugia, Corinaldo, Sassoferrato e Gualdo, de onde Maquiavel foi chamado de volta
por ter sido nomeado um embaixador. Chegou a Florença em 23 de janeiro de 1508. Com a morte de Alexandre VI e tendo Júlio
II se tornado Papa, César Bórgia perdeu seu apoio e veio a se enfraquecer. Feito prisioneiro duas vezes, morreu lutando pelo
exército de Navarra, mas a figura de César Bórgia ficaria marcada para Maquiavel como a do perfeito representante de seu príncipe.
Guarda florentina Com a morte de César Bórgia, surge um novo problema: a expansão de
Veneza pela Romanha que surpreendeu o Papa, os florentinos e o Imperador Maximiliano. Sentindo os perigos externos se avolumarem
e, por outro lado, conhecendo a ineficiência das tropas mercenárias, Maquiavel solicitou a Soderini a permissão para criar
um exército formado por cidadãos de Florença. Recebida a autorização após alguma resistência, iniciou imediatamente seus trabalhos
e apenas cinco meses depois, em 15 de Fevereiro de 1506 as novas tropas desfilaram na Piazza della Signoria. Pouco antes havia
terminado o Decennale primo, poema de 550 versos em "terça rima" que narravam os últimos dez anos e ao qual se seguiria o
Decennale secondo (em 1509). Por essa época, o Papa Júlio II decidiu retomar os domínios da Igreja conquistados por Veneza
e pelos homens de Bórgia: Baglioni e Bentivoglio. Marchando contra eles, pede ajuda de Florença através do envio de tropas.
Sem querer desguarnecer Pisa ou desgostar o Papa, decidiu-se enviar Maquiavel para ganhar tempo. Ele acompanhou o Papa até
Perugia, onde assistiu espantado à rendição de Baglioni, pois não compreendia como ele havia deixado passar a oportunidade
de prender o Papa, na sua visão, um príncipe invadindo seus domínios como outro qualquer. Não estava presente a tomada da
Bolonha por que Florença finalmente enviou as tropas solicitadas, bem como um embaixador para substituí-lo.
Queda de Soderini Nesse período Maximiliano declarou ter a intenção de conquistar a Itália
para restaurar o antigo Sacro Império Romano-Germânico fazendo-se coroar em Roma. Com isso, os florentinos decidiram enviar
representantes para saber a que custo poderiam preservar a cidade. Maquiavel e Francesco Vettori — que se tornariam
amigos daí em diante — foram encarregados dessa negociação e chegaram à corte em janeiro de 1508. No entanto, não
permaneceram durante muito tempo, pois Maximiliano seria derrotado por Veneza. Maquiavel retorna em junho do mesmo ano e passa
a organizar as operações contra Pisa, vencida em 4 de junho de 1509 após 15 anos de guerra. Da experiência com a viagem ao
Império, Maquiavel escreveria o "Ritratti delle cose dell'Alemagna" (1508-1512). Entrementes as hostilidades entre o Papa
e Veneza chegaram ao máximo e a última acabou derrotada pela Liga de Cambrai. Por outro lado, decidindo que não poderia deixar
a Itália cair em mãos estrangeiras, o Papa forma uma aliança com a Espanha e Veneza contra a França. Os florentinos que
sempre contaram com a ajuda do rei francês e que não queriam desagradar o Papa viram-se divididos. Maquiavel foi enviado à
corte francesa para explicar a prudência dos florentinos apesar da exigência do rei de que esta se declarasse a seu favor.
Sem sucesso, retorna em outubro de 1510 com a certeza de que haverá uma guerra entre a França e os Estados da Igreja. Tendo
Luís XII convocado um concílio cismático e este decidido reunir-se em Pisa, domínio florentino, o Papa ameaçou Florença com
a excomunhão e Maquiavel teve que negociar o afastamento da reunião. Apesar do sucesso da missão — os padres dirigiram-se
para Milão — o Papa resolveu dar fim ao governo de Soderini. Uniu-se ao rei de Aragão contra a França e como Florença
se recusou a apoiá-lo, a Dieta de Mântua atacou a cidade e destituiu Soderini, trazendo os Médici de volta ao poder.
Escrita das principais obras O túmulo de Maquiavel na Basílica de Santa Cruz de Jerusalém.Em
7 de novembro de 1512 Maquiavel foi demitido acusado de ser um dos responsáveis por uma política anti-Médici e grande colaborador
do governo anterior. Foi multado em mil florins de ouro e proibido de se retirar da Toscana durante um ano. Para piorar
sua situação, no ano seguinte dois jovens, Agostino Capponi e Pietropolo Boscoli, foram presos e acusados de conspirarem contra
o governo. Um deles deixou cair, sem querer, uma lista de possíveis adeptos do movimento republicano, entre os quais estava
o de Maquiavel que foi preso e torturado. Para sua sorte, com a morte de Júlio II em 21 de fevereiro de 1513 e a eleição de
João de Médici, um florentino, como Leão X, todos os suspeitos de conspiração foram anistiados como sinal de regozijo e com
eles Maquiavel, depois de passar 22 dias na prisão. Libertado, seguiu para uma propriedade em Sant'Andrea in Percussina
distante sete quilômetros de San Casciano. Foi durante esse ostracismo e inatividade, o qual duraria até sua morte, que ele
escreveu suas obras mais conhecidas: "O Príncipe" e os "Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio" (1512-1517). Foi
também nesse período que conheceu vários escritores no Jardim Rucellai, círculo de literatos, e se aproxima de Francesco Guicciardini
apesar de já conhecê-lo há tempos. Entre os escritos desse período estão o poema Asino d'oro (1517), a peça A Mandrágora (1518),
considerada uma obra prima da comédia italiana,[13] e Novella di Belfagor (romance, 1515), além de inúmeros tratados histórico-político,
poemas e sua correspondência particular (organizada pelos descendentes) como Dialogo intorno alla nostra lingua (1514), Andria
(1517), Discorso sopra il riformare lo stato di Firenze (1520), Sommario delle cose della citta di Lucca (1520), Discorso
delle cose florentine dopo la morte di Lorenzo (1520), Clizia, comédia em prosa (1525), Frammenti storici (1525) e outros
poemas como Sonetti, Canzoni, Ottave, e Canti carnascialeschi.
Com a morte de Lourenço II em 1520, Júlio de Médici assume o poder em Florença. Ele via Maquiavel
com melhores olhos que seus antecessores e o contrata como historiador da República para escrever uma História de Florença,
obra a qual dedicaria os sete últimos anos de sua vida. Nesse mesmo ano, ele estava ocupado escrevendo A Arte da Guerra (1519-1520).
E é a partir de uma viagem a trabalho a Lucca que ele escreve a "Vita di Castruccio Castracani da Lucca" (1520).
Após a queda dos Médici em 1527 com a invasão e saque de Roma por tropas espanholas, a República
instalou-se novamente na cidade, mas Maquiavel viu mais uma vez suas esperanças de voltar a servir à cidade serem desfeitas
pois havia trabalhado para os Médici e foi tratado com desconfiança pela nova República. Poucos dias depois, ficou doente,
sentindo dores intestinais, e morreu obscuramente sendo enterrado no túmulo da família na Igreja de Santa Croce em Florença.
O Príncipe Ver artigo principal: O Príncipe O Príncipe é provavelmente o livro mais
conhecido de Maquiavel e foi completamente escrito em 1513, apesar de publicado postumamente, em 1532. Teve origem com a união
de Juliano de Médici e do Papa Leão X, com a qual Maquiavel viu a possibilidade de um príncipe finalmente unificar a Itália
e defendê-la contra os estrangeiros, apesar de dedicar a obra a Lourenço de Médici II, mais jovem, de forma a estimulá-lo
a realizar esta empreitada. Outra versão sobre a origem do livro, diz que ele o teria escrito em uma tentativa de obter favores
dos Médici, contudo ambas as versões não são excludentes. Está dividido em 26 capítulos. No início ele apresenta os tipos
de principado existentes e expõe as características de cada um deles. A partir daí, defende a necessidade do príncipe de basear
suas forças em exércitos próprios, não em mercenários e, após tratar do governo propriamente dito e dos motivos por trás da
fraqueza dos Estados italianos, conclui a obra fazendo uma exortação a que um novo príncipe conquiste e liberte a Itália.
Em uma carta ao amigo Francesco Vettori, datada de 10 de dezembro de 1513, Maquiavel comenta sobre o escrito: E como Dante
diz que não se faz ciência sem registrar o que se aprende, eu tenho anotado tudo nas conversas que me parece essencial, e
compus um pequeno livro chamado De principatibus, onde investigo profundamente o quanto posso cogitar desse assunto, debatendo
o que é um principado, que tipos de principado existem, como são conquistados, mantidos, e como se perdem.
Carta de Nicolau Maquiavel à Francisco Vettori de 10 de Dezembro de 1513. Discursos sobre
a primeira década de Tito Lívio Os Discursos opõem-se a O Príncipe pelo tema, apesar de ambos compartilharem alguns conceitos.
Foram pensados como análise e comentário a toda a obra de Tito Lívio, mas permaneceram incompletos, não passando da primeira
década. Surgiu a partir da vontade do autor de comparar as instituições da antiguidade, em especial as da Roma clássica,
com as de Florença no período. Assim, seguindo a obra de Tito Lívio, analisa como surgem, se mantém e se extinguem os Estados.
Ficou assim dividido em três partes, estudando na primeira a fundação e a organização, em seguida o enriquecimento e a expansão
e por fim sua decadência.
Interpretações comuns A obra de Maquiavel relaciona-se diretamente com o tempo no qual
foi produzida. O método utilizado por ele rompe com a tradição Medieval ao fundamentar-se no empirismo e na análise dos fatos
recorrendo a experiência histórica da Roma Antiga ganha por ele em seus estudos. Além disso, ele foi o primeiro a propor uma
ética para a política diferente da ética religiosa, ou seja, o fim da política seria a manutenção do Estado. O primeiro
a se pronunciar sobre sua obra foi o cardeal inglês Reginald Pole, se dizendo horrorizado com a influência que ela teria sobre
o Lorde Cromwell. Os jesuítas o acusaram de ser contra a Igreja e convenceram o Papa Paulo IV a colocá-lo no Index Librorum
Prohibitorum em 1559. Na França, um huguenote chamado Innocent Gentillet escreveu uma obra na qual o acusou de ateísmo e,
seus métodos, de causadores do Massacre da noite de São Bartolomeu. Esta obra foi muito difundida na Inglaterra, contribuindo
para a visão apresentada no teatro do século XVI. Em geral seus críticos se basearam em O Príncipe, analisando a obra isoladamente
das demais obras de Maquiavel e sem levar em conta o contexto no qual foi produzida. Houve também aqueles que quiseram
conciliar seu pensamento com a Igreja ou torná-lo um nacionalista; sem muito sucesso, pois manipulavam seu pensamento da mesma
forma. No presente, as análises feitas procuram levar em conta principalmente os Discursos sobre a primeira década de Tito
Lívio e sua A Arte da Guerra, contextualizando seus escritos e declarando que Maquiavel não inventou uma teoria política,
apenas descreveu as práticas que viu refletindo sobre elas.
Conselheiro de tiranos Essa análise começou a difundir-se com a Reforma e a Contra-Reforma.
Se até então suas obras eram ignoradas, a partir daí, o autor e suas obras passaram a ser vistos como perniciosos, sendo forjada
a expressão "os fins justificam os meios", não encontrada em sua obra. Essa interpretação está ligada também a visão de
seus escritos como base teórica do absolutismo, ao lado de Thomas Hobbes e Bossuet, sem, no entanto, contemplar-se os Discursos
sobre a primeira década de Tito Lívio em que faz elogios à forma republicana de governo. Foi muito difundida no século
XVI e encontram-se aproximadamente 400 peças que citam Maquiavel, todas vinculando seu nome à maldade, a ardilosidade e a
falta de escrúpulos. William Shakespeare, por exemplo, o coloca em uma fala de Ricardo, Duque de Gloucester na sua peça Henrique
VI
Conselheiro do povo Uma segunda interpretação diz que ao escrever O Príncipe, Maquiavel
tentava alertar o povo sobre os perigos da tirania, tendo entre seus adeptos, Baruch de Espinoza e Jean-Jacques Rousseau.
Este último escreveu "(...) é o que Maquiavel fez ver com evidência. Fingindo dar lições aos reis, deu-as, e grandes, aos
povos." Foi defendida recentemente por estudiosos da obra dele como Garret Mattingly. Há os que afirmam ser O Príncipe
uma sátira dos costumes dos governantes ou que o autor não acreditaria no que escreveu, baseando esta afirmação na preferência
que teria Maquiavel pela República como forma de governo. Contudo o autor também faz críticas a República.
Nacionalista No cenário da Europa do século XIX, durante as Guerras Napoleônicas, com
a Alemanha e a Itália fragmentadas e com os nacionalismos internos surgindo, forma-se a visão de Maquiavel como um nacionalista
exaltado, disposto a tudo pela união e defesa da Itália. Hegel, Herder, Macaulay e Burd foram alguns de seus defensores,
certamente fundamentando sua interpretação no capítulo final de O Príncipe em que Maquiavel faz uma apaixonada defesa de uma
Itália unificada, afirmando que um povo só pode ser feliz e próspero se estiver unido.
Pensamento Busto de Maquiavel em Florença no Palazzo Vecchio.Maquiavel não foi um pensador
sistemático. Ele utiliza o empirismo para escrever através de um método indutivo e pensa em seus escritos como conselhos práticos,
sendo além disso antiutópico e realista. A teoria não se separa da prática em Maquiavel. Os conceitos desenvolvidos por ele
rompem com a tradição medieval teológica e também com a prática, comum durante o Renascimento, de propor Estados imaginários
perfeitos, os quais os príncipes deveriam ter sempre em mente. A partir da observação da política de seu tempo e da comparação
desta com a da Antiguidade vai formular o seu pensamente por acreditar na imutabilidade da natureza humana.
Virtù e fortuna Os conceitos de virtù e fortuna são empregados várias vezes por Maquiavel
em suas obras. Para ele, a virtù seria a capacidade de adaptação aos acontecimentos políticos que levaria à permanência no
poder. A virtù seria como uma barragem que deteria os desígnios do destino. Mas segundo o autor, em geral, os seres humanos
tendem a manter a mesma conduta quando esta frutifica e assim acabam perdendo o poder quando a situação muda. A idéia de fortuna
em Maquiavel vem da deusa romana da sorte e representa as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos. Não se pode
saber a quem ela vai fazer bens ou males e ela pode tanto levar alguém ao poder como tirá-lo de lá, embora não se manifeste
apenas na política. Como sua vontade é desconhecida, não se pode afirmar que ela nunca lhe favorecerá.
História Maquiavel escreve história mais como pensador político do que como historiador.
Assim ele não se preocupa tanto com a referência precisa de afirmações contidas nas suas obras, ainda que tenha ido aos arquivos
de Florença - prática incomum na época - e deixa transparecer nas suas obras históricas a defesa de algumas das suas ideias
através da narração dos factos históricos. Ele também acredita que a história se repete, tornando a sua escrita útil como
exemplo para que os homens, tentados a agir sempre da mesma maneira, evitassem cometer os mesmos erros. Assim, enquanto
alguns dos seus biógrafos atribuem-lhe os fundamentos da escrita moderna da história, outros admitem que ele não possuía uma
visão crítica o suficiente para poder separar os factos históricos dos mitos e aceitou como verdade, por exemplo, a fundação
mitológica de Roma, Outros, ainda, atribuem-lhe uma "concepção dogmática e ingénua da história".
Ética A ética em Maquiavel se contrapõe a ética cristã herdada por ele da Idade Média.
Para a ética cristã, as atitudes dos governantes e os Estados em si estavam subordinados a uma lei superior e a vida humana
destinava-se à salvação da alma. Com Maquiavel a finalidade das ações dos governantes passa a ser a manutenção da pátria e
o bem geral da comunidade, não o próprio, de forma que uma atitude não pode ser chamada de boa ou má a não ser sob uma perspectiva
histórica. Reside aí um ponto de crítica ao pensamento maquiavélico, pois com essa justificativa, o Estado pode praticar todo
tipo de violência, seja aos seus cidadãos, seja a outros Estados. Ao mesmo tempo, o julgamento posterior de uma atitude que
parecia boa, pode mostrá-la má.
Natureza humana Para ele, a natureza humana seria essencialmente má e os seres humanos
quereriam obter os máximos ganhos a partir do menor esforço, apenas fazendo o bem quando forçados a isso. A natureza humana
também não se alteraria ao longo da história fazendo com que seus contemporâneos agissem da mesma maneira que os antigos romanos
e que a história dessa e de outras civilizações servissem de exemplo. Falta-lhe um senso das mudanças históricas. Como consequência
acha inútil imaginar Estados utópicos, visto que nunca antes postos em prática e prefere pensar no real. Sem querer com isso
dizer que os seres humanos ajam sempre de forma má, pois isso causaria o fim da sociedade, baseada em um acordo entre os cidadãos.
Ele quer dizer que o governante não pode esperar o melhor dos homens ou que estes ajam segundo o que se espera deles.
Referências Introdução ao pensamento político de Maquiavel. Biografia de Nicolau
Maquiavel. Livros BATH, Sérgio. Maquiavelismo: a prática política segundo Nicolau Maquiavel. São Paulo: Editora Ática,
1992. DE GRAZIA, Sebastian. Maquiavel no inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 1993 NIVALDO, José. Maquiavel,
o Poder. São Paulo: Martin Claret, 2004. VIROLI, Maurizio. O sorriso de Nicolau. São Paulo: Estação Liberdade, 2002. Leitura
complementar LARIVAILLE, Paul. A Itália no tempo de Maquiavel: Roma e Florença. São Paulo: Companhia das Letras, 1979.
TENENTI, Alberto. Florença na época dos Médici: Da cidade ao Estado. São Paulo: Perspectiva, 1973. (Khronos)
Charles Berlitz
Charles Frambach Berlitz (Nova Iorque, Estados Unidos da América,
20 de novembro de 1914 — Tamarac, Flórida, 18 de dezembro de 2003) foi um escritor, lingüista, poliglota, arqueólogo
e mergulhador dos Estados Unidos da América, autor de As Línguas do Mundo e O Triângulo das Bermudas, dentre outros.
Vida Neto de Maximilian Delphinus
Berlitz, o fundador das Escolas de Idiomas Berlitz, Charles foi educado em quatro idiomas e chegou a dominar cerca de trinta
e duas línguas diferentes, sendo considerado à época, pela People's Almanac, um dos quinze maiores lingüistas do mundo. Escreveu
livros que se tornaram best-sellers, chegando a receber o prêmio Dag Hammarskjöld na categoria de escritor de não-ficção em
1976. Era um dos membros da Mensa International, uma sociedade formada por pessoas com um alto QI. Charles dedicou-se não
somente ao estudo das línguas, mas igualmente à pesquisa de fenômenos ainda inexplicados que ocorrem numa área oceânica denominada
Triângulo das Bermudas, envolvendo o desaparecimento de navios e tripulações. Foi somente depois da publicação d'O triângulo
das Bermudas que o assunto repercutiu na imprensa e os eventos ocorridos naquela região se tornaram conhecidos de uma forma
mais abrangente pelo grande público. Graduou-se magna cum laude na Universidade de Yale, iniciando a sua vida profissional
na escola de línguas da família, tornando-se um de seus administradores, publicou diversos livros sobre conversação em diversas
línguas para turistas, dicionários de bolso, dentre outros, além de ter atuado no desenvolvimento de cursos de línguas em
fitas cassete. Casou-se com Valerie Seary em 1950. Charles também atuou durante treze anos junto ao Serviço de Inteligência
do Exército dos EUA, servindo ao seu país na Segunda Guerra Mundial, Coréia e Vietnam. Aposentou-se da escola de línguas em
1967, após vendê-la para os editores da Crowell, Collier & Macmillan. Charles Berlitz faleceu aos noventa anos de idade
no Hospital Universitário de Tamarac, Flórida.
Obras Em português As Línguas
do Mundo Incidente em Roswell O Triângulo das Bermudas O Mistério da Atlântida Atlântida, o oitavo continente
O Estranho e o Extraordinario Sem Deixar Vestígios (Without a Trace) PASSO-A-PASSO: ALEMAO PASSO-A-PASSO:
ESPANHOL PASSO-A-PASSO: FRANCÊS PASSO-A-PASSO: INGLÊS PASSO-A-PASSO: ITALIANO, A coleção Passo-a-passo é da MARTINS
FONTES Editora.
Em inglês Native tongues Charles Berlitz's World
of the Odd and the Awesome Mysteries from forgotten worlds Dragon's Triangle The Mystery Of Atlantis Around
the world in 80 words The Bermuda Triangle (1974) Without a Trace (1977) The Philadelphia Experiment: Project
Invisibility (com William Moore, 1979) The Roswell Incident (com William Moore, 1980) Doomsday 1999 A.D. (1981) Atlantis:
the lost continent revealed (1984) Atlantis: the eighth continent (1984) The Lost Ship of Noah: In Search of the Ark
at Ararat (1987) The Dragon's Triangle (1989) Charles Berlitz's World of Strange Phenomena (1995)
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